Ao encontro do propósito
Nasci numa família de profissionais de saúde, minha mãe enfermeira e meu pai médico. Aos seis anos, meu pai foi fazer uma especialização e nos mudamos para Barcelona. Minha irmã e eu, que até hoje somos muito companheiros, éramos duas crianças felizes numa cidade encantada. Nesse período entendi que o mundo era maior do que imaginava e passei a querer explorar o novo.
Sempre fui estudioso e gostava de acompanhar meu pai aos domingos nas visitas aos pacientes. Desde cedo sabia que queria fazer Medicina. Passei no vestibular e ingressei no curso de Medicina e mesmo sendo um bom aluno, comecei a perder o interesse pelas disciplinas. Achava que a Medicina deveria privilegiar a saúde e não a doença.
No meio do curso, tranquei a faculdade e fui morar na Austrália com o propósito de estudar inglês (e conhecer um novo país).
Seis meses depois, voltei pro Brasil para concluir a faculdade.
Depois de formado, fiz duas vezes o Caminho de Santiago. Uma de bicicleta e outra a pé. Desde os quinze anos, tenho contato com a Yoga, por incentivo de minha mãe que também é instrutora de Yoga, e acho por essa razão não foi tão difícil me adaptar aos desafios do Caminho. Foi uma experiência muito bonita com meu pai. Fizemos a pé 814 km em 32 dias, do Norte da Espanha até Santiago de Compostela.
Assim que me formei, fui convocado pelo Exército. Servi um ano como médico, numa cidade do interior, fronteira com a Argentina. Após cumprir minha missão com a pátria, precisava cumprir a minha missão comigo.
Qual especialização fazer na Medicina?
Mas antes de responder essa pergunta, meu melhor amigo e eu planejamos uma viagem.
Viajamos por vinte e oito países pela Europa. Da Irlanda ao Marrocos passando pela Turquia e Polônia.
De volta ao Brasil fui trabalhar com Clínico Geral mas não estava satisfeito.
Precisava realizar algo disruptivo só não sabia bem o quê.
Nova viagem, passei um mês na Índia conhecendo profundamente a cultura e os hábitos da população.
De volta ao Brasil…Um amigo me apresentou a Cirurgia Cardíaca.
Fiz um ano e meio de residência mas no segundo ano, estava desiludido com a carreira. O foco, mais uma vez, era a doença não a saúde. Numa decisão muito difícil, abandonei a cirurgia e mergulhei nos negócios da família na área de Educação.